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Empresas à Urna: O que os partidos prometem às PME nas Legislativas de 2025


As eleições legislativas de 2025 estão aí à porta. E embora o debate político tenda a centrar-se na habitação, saúde ou corrupção, há uma pergunta que continua por responder (ou pelo menos por ganhar palco): O que vai mudar para quem gere um negócio em Portugal?


Num país onde mais de 99% das empresas são micro, pequenas ou médias, e onde os empreendedores enfrentam burocracia, instabilidade fiscal e dificuldade de acesso a financiamento, saber o que cada partido propõe para as PME devia ser um tema central. Porque, no fim, são as empresas que criam emprego, geram riqueza e mantêm as comunidades vivas.


Por isso, fui ler os programas eleitorais dos principais partidos e fiz um resumo comparativo das medidas que mais impactam as PME. Não para influenciar o voto. Mas para ajudar-te a votar informado.


 📊 Fiscalidade


Todos os partidos abordam a carga fiscal, mas com receitas bem diferentes:


  • PCP quer uma discriminação positiva das PME, com tributação baseada nos rendimentos reais e introdução do IVA de caixa.

  • PS propõe uma redução progressiva da carga fiscal, aliada à capitalização empresarial.

  • Iniciativa Liberal (IL) defende cortes generalizados nos impostos sobre empresas e trabalho, eliminando tributações autónomas até 2030.

  • AD (PSD/CDS) avança com IRC reduzido (15%) para os primeiros 50.000€ de lucro.

  • LIVRE propõe uma redistribuição fiscal, com impostos sobre grandes fortunas e redução da carga sobre os rendimentos do trabalho.

  • Bloco de Esquerda (BE) quer taxar lucros excessivos das grandes empresas e acabar com benefícios fiscais injustificados.

  • CHEGA propõe uma redução agressiva da carga fiscal e incentivos ao regresso de emigrantes empreendedores.

  • PAN quer reduzir o IRC para 17% até 2026 e aliviar a carga sobre a classe média.


🧾 Burocracia e Regulação


Se há um tema onde há (quase) consenso, é na vontade de simplificar:


  • ILCHEGA e AD lideram a ofensiva anti-burocracia, com propostas de deferimento tácito, licenciamento rápido e digitalização completa.

  • PCP propõe simplificação no acesso a fundos e criação de um canal direto com o Estado.

  • PS e PAN falam em reduzir os custos de contexto e facilitar processos para empresas sustentáveis.

  • LIVRE quer reduzir os atrasos nos pagamentos do Estado às empresas.

  • BE pouco detalha neste ponto.


💰 Financiamento e Apoios


  • PCP quer reservar 50% dos fundos Portugal 2030 para MPME e recuperar uma banca pública de desenvolvimento.

  • PS aposta em capital de risco, fintechs e apoio a startups.

  • AD reforça o Banco Português de Fomento e cria linhas de partilha de risco.

  • IL prefere capital privado e mercado aberto, promovendo a concorrência.

  • LIVRE quer incentivar consórcios entre empresas e centros de investigação.

  • CHEGA foca-se em atrair investimento com menos impostos e mais incentivos.

  • PAN promove financiamento verde e apoios à economia circular.

  • BE aposta na economia local e comunitária, sem detalhar grandes linhas de financiamento.


🧠 Trabalho, Salários e Contratação


Aqui, as diferenças ideológicas são claras:


  • BE propõe subsídio por turnos obrigatório (30%) e antecipação da idade da reforma para quem trabalha à noite.

  • PCP defende mais direitos laborais e fim da precariedade.

  • PAN quer remuneração obrigatória dos estágios e redução do horário para 35h semanais.

  • IL defende a revisão da Agenda do Trabalho Digno, para dar mais flexibilidade às empresas.

  • AD fala em estimular a produtividade com trabalho qualificado.

  • CHEGA propõe liberdade contratual e menos rigidez nas leis laborais.

  • LIVRE fala em salários dignos, proteção social e equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

  • PS centra-se na valorização do trabalho e melhores salários.


🌱 Transição Verde e Inovação


  • LIVRE lidera a narrativa verde com um Green New Deal nacional.

  • PAN propõe apoios a empresas ambientalmente responsáveis e corte de incentivos a setores poluentes.

  • PS e PCP falam em transição digital e energética aliada à soberania nacional.

  • IL quer uma transição liderada pelo setor privado.

  • AD inclui a descarbonização como meta, mas sem rupturas.

  • BE praticamente omite o tema no contexto empresarial.

  • CHEGA aposta no mundo rural, mas com poucas medidas ambientais concretas.


 🗺️ Interior, Coesão Territorial e Comércio Local


  • PCPAD e PAN têm propostas claras para apoiar o mundo rural e o interior.

  • LIVRE quer reduzir a fratura entre centro e periferia.

  • CHEGA quer revitalizar o comércio tradicional e apoiar heróis do mundo rural.

  • PS aposta em “bairros comerciais digitais” e redes locais.

  • IL propõe Zonas Económicas Especiais para atrair empresas para o interior.


 🗳️ E agora? O que fazer com esta informação?


O objetivo deste artigo não é dizer-te em quem votar. É lembra-te de que quem empreende também vota, e o teu voto pode (e deve) ser um reflexo da realidade que vives todos os dias.

Se tens uma PME, trabalhas com empresários ou simplesmente te preocupas com o tecido económico do país, não votes com base em slogans ou simpatias. Vota com base nas propostas concretas. Pergunta:


  • Quem me dá melhores condições para crescer?

  • Quem simplifica, apoia, investe?

  • Quem me deixa trabalhar com liberdade e responsabilidade?


 

🗣️ O meu apelo


Levar uma empresa às costas em Portugal não é para fracos. Se chegaste até aqui, já sabes o que custa. Mas agora tens uma arma poderosa na mão: o voto.


Use-a. Com consciência, com exigência, com ambição. Porque mudar o país também passa por mudar as condições de quem o faz mover todos os dias.

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