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🔥 Incêndios: até quando os empresários vão perder tudo antes de perceber que risco gere-se, não se lamenta?

Nos últimos dias, vimos hectares consumidos em minutos, empresas destruídas, explorações agrícolas reduzidas a cinzas e negócios a fechar sem previsão de reabertura. 


E a pergunta que não quer calar é: Srs. Empresários, o que estão a fazer na gestão de risco do vosso negócio? 


A tragédia anunciada 


Portugal não pode dizer-se surpreendido pelos incêndios. Eles repetem-se todos os anos, com destruição, perdas financeiras e falências. 

Mesmo assim, a reação empresarial é sempre a mesma: choque, lamento e espera por apoios estatais. 


Mas o que está em causa não são só números. São anos de trabalho reduzidos a pó porque nunca se assumiu que o risco faz parte do jogo empresarial. 


 A ilusão da invulnerabilidade 


Muitos empresários acreditam que gerir bem é vender mais e cortar custos. Esquecem-se de que a verdadeira boa gestão começa na capacidade de prever, mitigar e absorver choques. 


Pergunto: 


  • Quantos têm seguros atualizados que cobrem catástrofes? 



  • Quantos têm reservas financeiras para sobreviver meses sem faturar? 



  • Quantos têm um plano mínimo de continuidade de negócio? 



  • Quantos sabem a quem ligar no primeiro dia de crise? 


Se a resposta for "poucos", então não falamos de fatalidade. Falamos de falha estrutural. 


 O erro da dependência


Sempre que há tragédia, a pergunta é: "Que apoios vai dar o Estado?"


Empresários, o Estado não pode ser o vosso seguro de vida. A responsabilidade de proteger o vosso negócio é vossa!


Se a única solução é pedir fundos europeus ou crédito, significa que não estão a gerir risco, apenas a esperar que alguém vos ajude. E quando a ajuda chega… já pode ser tarde.


Maus conselhos, más escolhas 


Outro problema é a assessoria fraca. Muitos estão rodeados de “consultores” que confundem conceitos de gestão e nem falam de avaliação e mitigação de riscos. 

Gestão de risco é: 


  • Identificar riscos críticos. 

  • Calcular impacto financeiro. 

  • Implementar mecanismos preventivos. 

  • Ter parceiros preparados para o pior dia. 


O choque não devia ser não haver apoios. O choque devia ser as empresas não estarem minimamente preparadas. 


 Exemplos simples 


  • Hotéis em zonas florestais deviam ter protocolos de evacuação e seguros adequados. 

  • Agricultores deviam diversificar produção ou usar proteção de preços. 

  • Fábricas deviam ter backups digitais e planos de continuidade. 


Mas a maioria prefere “remendar paredes” em vez de estruturar a casa. E quando o fogo chega, não sobra nada. 


 O custo do amadorismo 


Só este ano, as perdas diretas ultrapassam, segundo a Ordem dos Economistas, mais de 700 milhões de euros. 


 Cada empresa que fecha representa: 


  • Menos concorrência saudável, 

  • Menos inovação, 

  • Mais dependência de subsídios, 

  • Mais descrédito no tecido empresarial. 


 O que devia ser feito 


  • Planos de risco obrigatórios, ainda que básicos. É importante começar por algum lado. 

  • Seguros adequados, não apenas “o mais barato”. Trabalhando corretamente a carteira de seguros do negócio. 

  • Reservas financeiras estratégicas. Porque às vezes as coisas correm mal, e isso não devia ser um problema mas sim parte do negócio. 

  • Consultoria estratégica qualificada, não apenas fiscal e financeira para perceber onde vou poupar mais impostos ou ter acesso a mais linhas e apoios do estado. 

  • Cultura de prevenção em vez de improviso! 


A reflexão que vos deixo


O risco é parte da atividade económica. Ignorá-lo não o elimina, só o adia.


Se nada mudar, vamos repetir o ciclo: negligência → tragédia → espera por apoios → dificuldades → esperança de que para o ano será diferente.


Mas não será.


A liberdade de empreender vem com responsabilidade. Gerir não é só procurar lucro, é criar estruturas capazes de resistir às inevitáveis tempestades.


Então deixo-vos a pergunta: o que estão a fazer pela gestão de risco do vosso negócio?


Se a resposta for "nada", talvez seja altura de repensar a estratégia.

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